Quando o “bumbum na nuca” vira risco à saúde
Em um vídeo divulgado recentemente, a modelo e influenciadora Gracyanne Barbosa mostrava uma tatuagem nas costas. Os comentários, contudo, se dividiam entre elogios ao corpo da moça e questionamentos: ter o “bumbum empinado” poderia trazer algum tipo de risco à coluna?
“É o bumbum na nuca real”, dizia uma seguidora nas imagens.
Em uma sociedade que valoriza tanto a aparência dos glúteos, o caso de Gracyanne levantou o debate sobre saúde nas redes sociais. “E essa lordose?”, escreveu uma usuária. “Antes de ler a matéria, achei que fosse um caso de erro médico”, postou outra.
A lordose é a curvatura natural da coluna. Já o aumento anormal dessa curvatura é chamado de hiperlordose, que pode ocorrer na região cervical (quando o pescoço fica mais inclinado para frente) ou na lombar (quando a pelve é projetada para trás). No caso lombar, a angulação passa dos 60 graus.
“Alguns pacientes têm sido avaliados com aumento importante da lordose lombar devido à busca por um ‘bumbum perfeito’, com proeminência dos glúteos e saliência da barriga”, explica o ortopedista Dr. Djalma Amorim Jr., especialista em coluna e membro da SBOT e da SBC. “Essas pessoas não imaginam que essa busca pode ocasionar um desequilíbrio do alinhamento sagital da coluna vertebral, gerando lombalgia intensa e outros sintomas, como dores de cabeça e nos membros.” – completa o médico.
A hiperlordose lombar pode provocar cansaço, sensação de peso, dor e até desequilíbrio — especialmente em quem fica muito tempo em pé.
No caso de Gracyanne, a curvatura aparente pode estar relacionada a preenchimentos acima da linha da lordose lombar. “Retira-se gordura e aplica-se PMMA, um polímero sintético. Isso pode distender a pele e causar abscessos, celulite ou rachaduras”, alerta o Dr. Djalma Amorim Jr.
Mas é possível, sim, ter um “bumbum na nuca” saudável, com equilíbrio entre alimentação, exercícios e tratamentos complementares para potencializar resultados.
Djalma Amorim Jr. atende no Centro Médico Hospital Aliança, Clínica CICV, Clínica EVAB e Hospital Português, oferecendo atendimento especializado para diagnosticar e tratar diferentes tipos de dor.
Texto por Thais Borges.
Trechos retirados da matéria “Quando o ‘bumbum na nuca’ vira risco à saúde” – edição 18-19 de outubro do Jornal Correio (Bahia).
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